A imagem de pessoas idosas andando recurvadas, com dor nas costas, acaba prestando um desserviço: até parece que o nervo ciático é um problema apenas na terceira idade, quando a realidade é que ele pode gerar incômodos em qualquer momento da vida. Para sofrer com isso, basta que o ciático fique inflamado. E, embora alguns problemas típicos do envelhecimento de fato tornem essas pessoas mais propensas a passar por uma situação assim, uma batida ou uma hérnia de disco podem causar o mesmo efeito. Conheça mais sobre o nervo ciático e como tratar suas inflamações dolorosas. O que é o nervo ciáticoO ciático é o maior nervo do corpo humano. Ele vai da lombar até os pés, e tem a função de transmitir os impulsos neurológicos para as extremidades inferiores do corpo. Sua função, portanto, é primordial para nossa capacidade de movimento, já que ele repassa as informações motoras e controla os músculos das pernas e pés.
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O que causa inflamação no ciático e quais os sintomasO sinal mais claro de uma inflamação no nervo ciático é a dor nas costas, que pode chegar a ser incapacitante. O incômodo ocorre na lombar e também pode afetar as pernas, com dores nos glúteos e sensações desconfortáveis semelhantes a um choque e formigamentos que se estendem até os pés. +Leia também: Quais são as piores dores do mundo? Em situações extremas, o ciático inflamado pode provocar uma perda de mobilidade e um enfraquecimento dos músculos das pernas. Além de uma inflamação que ocorre diretamente no nervo, outras causas comuns para problemas na área incluem qualquer problema que possa comprimir o ciático, entre eles:
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Como tratar o nervo ciático inflamadoO tratamento da inflamação no nervo ciático varia conforme a causa do problema. Para avaliar a melhor abordagem, o médico deve analisar os sintomas, a gravidade da dor, e contar com apoio de exames de imagem – como raio X, tomografia e ressonância magnética – para identificar possíveis tumores ou hérnias. Casos mais leves podem ser tratados com repouso, fisioterapia e medidas básicas como o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, ou aplicação de gelo e calor, de modo a reduzir a inflamação e os sintomas. Se o tratamento conservador não der resultados, ou se a causa de fundo for uma hérnia de disco ou um tumor, em geral a cirurgia é recomendada. Além disso, o paciente é encorajado a fazer adequações no estilo de vida, na postura e na forma como levanta objetos pesados, para prevenir a volta do problema.
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O Conteúdo Nervo ciático inflamado: quais os sintomas e como aliviar Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital Eu sempre gostei de aproveitar a vida! Vivia rodeada por amigos e não dispensava uma festa com bons drinques – e sempre com meu cigarro nas mãos. Como boa parte da minha geração, comecei a fumar muito jovem. Achava elegante. Mas, já de início, se você fuma, peço encarecidamente que pare! Você vai confirmar, ao ler a minha história, que o cigarro e a minha teimosia me levaram a situações desesperadoras – e não desejo isso para ninguém. Com 39 anos, comecei a me sentir muito cansada. Qualquer atividade me deixava ofegante e com falta de ar. Percebi que havia algo errado, então procurei ajuda médica. Na época, graças ao meu esposo, eu tinha um excelente plano de saúde, o que me possibilitou agendar uma consulta no melhor hospital de São Paulo. Ao me examinar, o pneumologista disse que havia algo sério no pulmão. Fiquei assustada, mas, teimosa que sempre fui, não segui suas orientações. Ignorei o diagnóstico e a vida seguiu.
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Assim que completei 40 anos, o cansaço e a falta de ar se tornaram mais intensos e até incapacitantes. Era um novo sinal de alerta. Fiz a cirurgia, retirei o nódulo e voltei a fumar assim que recebi alta do hospital. Porém, a felicidade durou pouco. Logo as crises de falta de ar e o cansaço voltaram e, em uma delas, fui para o pronto-socorro. Aí um médico atencioso viu o meu histórico naquele hospital, pediu mais exames e me deu o diagnóstico de DPOC, ou doença pulmonar obstrutiva crônica.
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Eu não sabia o que isso significava, mas entendi que era a responsável por todas as minhas crises de falta de ar. Nesse mesmo dia, iniciamos um tratamento. E o pneumologista reforçou que era preciso parar de fumar naquele instante. Como a vida é cheia de surpresas, logo que iniciei o tratamento meu esposo faleceu. Foi um choque para a família. Após sua morte, muitas coisas mudaram: perdi o plano de saúde, mudei de cidade e tive uma queda significativa no meu padrão de vida. Em meio a tudo isso, parei com o tratamento que estava fazendo. Eu não tinha cabeça nem condições para continuar.
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+Leia também: Entrevista: se o cigarro sumisse, a DPOC seria uma doença rara A doença continuou avançando e as crises ficaram cada vez mais fortes. Diante disso, procurei assistência no Sistema Único de Saúde (SUS), mas foi difícil encontrar um tratamento que fizesse efeito. Foram inúmeras tentativas que quase me fizeram desistir. Como as crises ainda me acompanhavam, eu procurei auxílio em clínicas populares. Nessa jornada, passei em consulta com diversos especialistas, iniciei inúmeros tratamentos, fiz até fisioterapia respiratória. Mas nenhum procedimento fez diferença na minha vida. Então, eu entendi que aquela era minha condição e passei a aceitar.
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Já sem esperança, fui em mais uma consulta com um pneumologista. Ao ouvir minhas queixas, ele comentou sobre uma terapia que alinhava três medicamentos e que era indicada para o meu caso. Apesar do alto custo do medicamento, assim que recebi a receita, passei em uma farmácia e rapidamente iniciei o tratamento. Para minha felicidade, o medicamento foi bastante eficaz. Eu comecei a sentir diferença logo nos primeiros dias. A indisposição foi passando e as crises diminuindo. Voltei a fazer atividades que há tempos não realizava – não por falta de vontade, mas por dor e indisposição. Para mim, uma das maiores conquistas foi voltar a tomar banho sem o uso do oxigênio. Perceber que posso respirar com meus pulmões foi algo gratificante.
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Claro que ainda tenho limitações, afinal, sou uma paciente crônica e a DPOC vai me acompanhar para sempre. Mas, só de sentir o ar entrando e saindo sem o auxílio de aparelhos, me sinto grata e animada para viver as alegrias que a vida pode me proporcionar. *Elizabeth Castro de Oliveira é uma paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
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O Conteúdo As dores e as vitórias de uma pessoa com DPOC Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital A Helicobacter pylori, comumente abreviada como H. pylori, é uma bactéria que coloniza o revestimento do estômago humano e pode provocar uma série de incômodos gástricos com diferentes graus de gravidade. Identificada como culpada por úlceras pela primeira vez só em 1983, hoje ela é reconhecida como uma das principais causas de úlceras pépticas e gastrite crônica. Abaixo, conheça mais sobre essa bactéria e os danos que ela traz à saúde. Como a bactéria H. pylori é transmitida?A principal forma de transmissão da H. pylori é através do contato oral-fecal. Ou seja, a bactéria pode passar de uma pessoa para outra através de água ou alimentos contaminados por alguém doente, ou pelo contato direto com a saliva, vômito ou material fecal de uma pessoa infectada. Por isso, um dos principais fatores de risco tem a ver com a falta de saneamento básico, com a doença sendo especialmente preocupante em áreas com condições socioeconômicas precárias e superpopulosas.
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+Leia também: Falta de saneamento básico faz brasileiros adoecerem Quais são os sintomas da infecção por H. pylori?É importante notar que nem todas as pessoas infectadas com H. pylori apresentam sintomas. Quando eles ocorrem, podem incluir dor, especialmente na região superior do abdômen, sensação de queimação no estômago, náuseas e vômitos, perda de apetite, inchaço abdominal e sensação de saciedade após comer uma pequena quantidade de alimentos. Em casos mais graves, a infecção pode levar a quadros de anemia.
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Como é o diagnóstico e tratamento do H. pylori?O diagnóstico de infecção por H. pylori pode ser feito através de diversos métodos, incluindo teste respiratório de ureia, testes de anticorpos no sangue, testes de antígenos fecais (exame de fezes) e endoscopia com biópsia gástrica. Em geral, a análise de uma amostra fecal acaba sendo o método preferencial. Já o tratamento para infecção por H. pylori envolve uma combinação de medicamentos que envolve antibióticos, os chamados inibidores da bomba de prótons (IBP) e, em alguns casos, um medicamento que ajude a proteger o revestimento do estômago. A melhor combinação de fármacos deve ser definida pelo médico, conforme o caso. Em todos os casos, é importante seguir rigorosamente o esquema prescrito pelo médico e completar todo o curso de tratamento com antibióticos, mesmo que os sintomas desapareçam antes. Se a infecção por H. pylori não for tratada adequadamente, ela pode levar a complicações mais graves, como úlceras pépticas, úlceras gástricas e até mesmo câncer de estômago, em casos extremos.
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O Conteúdo Tudo sobre H. pylori: causas, sintomas e tratamento para a infecção Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital A endometriose profunda, uma das formas mais severas da doença, pode causar dor intensa e uma série de complicações, invadindo órgãos como o intestino e a bexiga. Para quem não sabe, aliás, a endometriose é uma doença na qual tecidos da camada interna do útero (o endométrio) surgem em locais onde não deveriam estar. Aqui no Brasil, temos avançado significativamente no diagnóstico, tratamento e na pesquisa sobre essa condição debilitante. Como médico especialista em endometriose, eu tenho dedicado grande parte da minha carreira a entender e tratar esta condição, que afeta aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva. Vou compartilhar um pouco sobre os tratamentos disponíveis, os sintomas mais comuns e as novas perspectivas sobre ela. Capacidade de gestação em mulheres com endometrioseÉ verdade que a condição pode afetar a fertilidade por razões que incluem problemas de ovulação, obstrução das tubas uterinas e dificuldade para implantação do embrião fertilizado. E, mesmo que as mulheres engravidem, há risco maior de aborto ou problemas de sangramento no fim da gestação. Apesar disso, muitas pacientes conseguem conceber um filho, seja naturalmente, seja com auxílio de tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro (FIV). É crucial que pessoas com endometriose busquem orientação de especialistas em fertilidade familiarizados com a complexidade da doença. Tratamento da endometriose profundaRespondendo à pergunta do título: não, a endometriose não tem cura. Mas os tratamentos reduzem os sintomas e melhoram a qualidade de vida. No Brasil, a abordagem pode incluir desde medicamentos para aliviar a dor até intervenções cirúrgicas minimamente invasivas para remover a doença (a chamada cirurgia por “excisão”).
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Em minha prática, tenho visto que essas operações podem oferecer resultados significativos, especialmente em casos de endometriose profunda. +Leia também: Os 5 “D”s da endometriose Primeiros sinais e a importância do diagnóstico precoceOs sintomas iniciais da endometriose são frequentemente relacionados a dor pélvica severa, cólicas menstruais intensas e dor durante relações sexuais. A conscientização sobre eles é vital para um diagnóstico precoce, que pode levar a um tratamento mais eficaz. Incentivo minhas pacientes a não ignorarem sinais persistentes e a consultarem um especialista, caso haja suspeita de endometriose. Pesquisa e desenvolvimentos futurosEstamos investigando novas terapias, além de avançar na compreensão da base genética e molecular da doença. Esses estudos são essenciais para desenvolver tratamentos mais eficientes e, quem sabe, uma cura futura.
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A luta contra a endometriose é um caminho contínuo de desafios e descobertas. No Brasil, estamos fazendo progressos significativos para melhorar o manejo desta doença, com foco na melhoria da qualidade de vida das mulheres afetadas. *Mauricio S. Abrão é ginecologista, professor associado da Faculdade de Medicina da USP, responsável pelo Setor de Endometriose do Hospital das Clínicas e coordenador do Serviço de Ginecologia Avançada do Hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. (Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)
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O Conteúdo Há cura para endometriose profunda? Tratamentos, sintomas e perspectivas Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital Tropeços e quedas são vistos com certa naturalidade – e até humor –, mas, quando isso acontece em idosos, a preocupação é significativa. Isso porque, na terceira idade, as quedas se tornam mais frequentes e as suas consequências, eventualmente irreparáveis. Segundo dados do SUS, em dez anos dobrou o número de atendimentos hospitalares por queda entre idosos no país – de 16 535, em 2013, para 33 544, em 2022. No mesmo período, as mortes subiram 4 816 para 9 592 (uma média de 26 óbitos por dia). Estar preparado para lidar com uma queda pode reduzir o risco de lesões graves e garantir uma resposta rápida e eficaz. E, quando falamos em quedas de idosos, todo cuidado é pouco. É necessário avaliar o momento para acionar o serviço de emergência móvel, ou SAMU 192, para que a imobilização e transporte desse idoso siga a técnica adequada. Sinais como imobilidade após a queda, dor intensa, sangramento excessivo, desmaios, perda de consciência e vômitos indicam gravidade e requerem avaliação médica e realização de exames.
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+Leia também: Fraturas de quadril vão aumentar no Brasil e no mundo; saiba como prevenir Além disso, existem medidas que reduzem o risco de esses acidentes acontecerem. Evitar pisos escorregadios, retirar tapetes soltos pela casa, usar corrimão e barras de apoio no domicílio, promover boa iluminação do ambiente, utilizar rampas ao invés de escadas para um deslocamento seguro e evitar obstruções de passagens estão entre as principais. Também vale considerar a necessidade de um profissional da enfermagem ou cuidador com experiência em primeiros socorros para supervisionar esse idoso.
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Lidar com uma queda requer calma, cuidados e prontidão para agir. A inclusão de medidas de segurança promove um ambiente saudável, o que proporciona qualidade de vida e independência aos idosos. *Eduardo Loureiro é enfermeiro e franqueado da Padrão Enfermagem em Vitória, no Espírito Santo. Mestre em cardiologia e especialista em atendimento de resgate, saúde pública, urgência e emergência. Também é professor universitário da UVV, FAESA, São Camilo, UNIP , FAVI e FACES.
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O Conteúdo Queda de idosos: a prevenção e as ações adequadas Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital Existe um bandejão na sua empresa? Muita gente acha que almoçar na firma é sinônimo de se sentar em um refeitório com uma comida monótona e nem sempre gostosa. Mas essa realidade está mudando! Cada vez mais, as companhias apostam em restaurantes customizados para atender ao perfil dos funcionários e agregar questões de saudabilidade na hora da refeição. “O que mais atrai e retém o colaborador são os benefícios do trabalho, e a alimentação exerce um peso muito grande”, diz Giuliane Souza, gerente de marketing do Grupo Risotolândia, especializado em restaurantes corporativos. “O valor médio de um ticket hoje não compra uma refeição balanceada, com bebida e sobremesa. Mas, com esse tipo de serviço, isso é possível”, afirma. +Leia Também: Para comer saudável, tenho que preparar minha comida em casa? Todo mundo sai ganhandoConfira vantagens de almoçar na empresa: Proporcionar saúde Ter comodidade e segurança Contar com espaço de convivência Controlar os custos
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Aumentar a produtividade +Leia Também: O jogo dos sete erros com a comida: por que complicamos nossas escolhas? O Programa de Alimentação do TrabalhadorO governo federal instituiu uma ação para melhorar as condições nutricionais no ambiente corporativo, visando à prevenção de doenças ocupacionais e à promoção da saúde. Conhecido como PAT, ele oferece incentivos fiscais às empresas credenciadas e exige que as refeições sejam pensadas por um nutricionista e sigam o Guia Alimentar para a População Brasileira.
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O Conteúdo Um novo jeito de comer no emprego Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital Letramento e educação em saúde são expressões cada vez mais presentes quando se trata da comunicação capaz de promover o empoderamento das pessoas em relação a seu próprio bem-estar e qualidade de vida. Entre os focos doPrêmio Autocuidado em Saúde ACESSA, comunicação e autoconhecimento formam a base de uma das categorias contempladas, a que busca reconhecer projetos com potencial para capacitar os indivíduos a obter, processar e entender informações básicas para tomar decisões sobre saúde apropriadas. O conhecimento é também primordial para o Uso Racional de MIPs e outros Produtos, nome de outra categoria da premiação, esta voltada a destacar iniciativas que propiciem não apenas o uso correto de medicamentos isentos de prescrição, mas também produtos e serviços que facilitem toda a jornada do autocuidado – a exemplo de autotestes, dispositivos tecnológicos de automonitoramento, assim como suplementos alimentares e dermocosméticos. Para entender melhor esses conceitos e sua importância no engajamento da população em torno do autocuidado, entrevistamos o médico Rogério Malveira, que estuda o tema há 11 anos. Rogério é médico de família e comunidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e mestre em saúde pública pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Malveira é também um dos jurados do Prêmio Autocuidado em Saúde ACESSA, hoje em sua terceira edição.
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Como criador do Pulsares, plataforma que tem como objetivo simplificar a linguagem e as instruções de receitas médicas, poderia explicar a importância da comunicação do ponto de vista das decisões sobre saúde e os entraves que dificultam o entendimento da população? Todo o processo de saúde acontece por meio da troca de informação, seja escrita, falada ou mesmo por gestos e símbolos. Sendo o ser humano um ser social que se comunica e saúde um aspecto inerente à vida, saúde é comunicação e vice-versa. Só há saúde onde existe comunicação eficiente, todo fazer saúde é comunicativo. E, mais que isso, saúde envolve aprender informações e aplicar mudanças, ou seja, é um processo educacional. Profissionais de saúde são mediadores de conhecimento, o que infelizmente não é uma visão disseminada. Além desse, o desafio na comunicação e saúde reside em quatro pontos principais:
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– O excesso informacional em que vivemos, quando há muitas informações verídicas e falsas. Em uma edição de jornal impresso, por exemplo, há a mesma quantidade de signos a que uma pessoa era exposta durante a Idade Média. Como navegar nesse mar informacional? – O conhecimento tecnológico e científico avançou mais que a disseminação eficiente desse conhecimento, o que gerou abismos de compreensão entre as pessoas. Para quem o conhecimento é produzido e com que interesse? A quantidade supera a qualidade. – A hierarquia de poder nas relações na área da saúde que ainda permanece. A vergonha é a grande barreira na comunicação. Quantas pessoas sentem-se confortáveis em dizer que não entenderam algo a um profissional de saúde?
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– A sobrecarga assistencial e de trabalho, na qual não há espaço para profissionais estarem atentos de fato para a comunicação. Se não há espaço de autocuidado e reflexão, não há como brotar um cuidado humano. Qual a melhor definição para letramento em saúde e os principais desafios enfrentados para a disseminação e aplicação desse conceito? Há muitas definições para o termo. Gosto de dizer que letramento em saúde (LS) é verbo, ação, se conectar com a realidade que acontece, e não somente com o que quero. O que a pessoa faz com aquilo que eu comunico? O que eu compreendo do que essa pessoa me traz? É alinhar as pessoas envolvidas num processo de saúde. Baseado na definição de Sorense de 2012, LS é como as pessoas acessam, avaliam, interpretam e aplicam as informações sobre saúde para manter ou melhorar a sua qualidade de vida. Mas esse processo não é individual. As instituições de saúde (hospitais, clínicas, indústrias e qualquer órgão que produza informação em saúde) participam, tanto que há o letramento organizacional em saúde: como as organizações apoiam o LS. Importante notar que se fala aqui de saúde em sua visão ampliada, não somente tratar doenças, mas promover saúde e qualidade de vida. O LS envolve qualquer situação e contexto de saúde. Não é somente sobre o que eu digo, mas como o outro o recebe e o que faz com isso – muda algum hábito? Reforça uma atitude? É entender que quantidade sem qualidade e checagem não muda realidade, só atinge indicador. O objetivo do cuidado envolve atingir um entendimento em comum, não só informar e falar de um assunto. É mais que ensinar – do latim insignare, colocar uma marca –, é aprender.
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Acredito que a melhor definição depende de quem pergunta. Para um gestor, por exemplo, pode-se dizer que considerar o letramento em saúde reduz custos e gera melhores desfechos em saúde. Para um profissional formal de saúde, pode-se dizer que considerar o LS aumenta a adesão ao tratamento e torna o tempo de consulta mais efetivo. Para pessoas que buscam o cuidado em saúde (paciente), o LS representa autonomia, empoderamento e segurança. E para um profissional que produz rótulos, embalagens ou campanhas, o LS aumenta o engajamento com o produto. Dentro do LS há técnicas e estratégias ditas “letradas”, ou seja, que propiciam a realização do LS. O desafio é que pouco ainda se fala dessas técnicas e do próprio termo. Até 2017, menos de 40 estudos sobre o tema existiam no Brasil – por mais que aqui tenhamos a Educação Popular em Saúde, que guarda relação com o LS. Falar de LS envolve mudar cultura e hábitos, compartilhar o poder das decisões, e aí reside o desafio. O quão preparados estamos para mudar algo que há séculos acontece a partir de uma mesma lógica? De maneira geral, os profissionais de saúde estão preparados para uma comunicação mais eficaz e humanizada?
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De maneira geral não, mas a mudança acontece. Por muitos anos nas faculdades de saúde – especialmente a médica –, predominou o paradigma biomédico, que tem ligação com o paradigma cartesiano, em que o foco é o biológico. Esse paradigma estabelece relação com o modelo de comunicação da agulha hipodérmica, no qual o profissional assume que a informação vai penetrar na pessoa, como uma agulha, e ela vai assimilá-la da mesma forma que foi pensada. Na década de 1950, houve a crise da medicina, e ganhou força o paradigma biopsicossocioespiritual, que valorizou os fatores que o paradigma biomédico negligencia. Nesse paradigma “novo” – mas na verdade antigo e esquecido –, o biológico é parte de uma rede maior e complexa, e não somente único e hegemônico. O modelo de comunicação passa a abranger outros elementos e é entendido como partes que chegam a um entendimento em comum. É uma lógica parecida com o paradigma clássico newtoniano e o paradigma quântico. Dentro da medicina, quem mais representa essa visão é a medicina de família e comunidade, bem como demais profissionais não médicos. Fazer uma comunicação mais eficaz e humanizada é considerar o LS e, como dito, uma mudança de cultura. É preciso atenção, dedicação e escolher fazer diferente. E por mais que o profissional queira, há o fator limitante do ambiente: o quanto sistemas de saúde favorecem que uma comunicação humana aconteça? De que forma a educação em saúde pode estimular as pessoas a terem um papel mais ativo em prol de mais qualidade de vida? Na medida em que se entende o fazer saúde como um processo em que uma pessoa vai acessar, avaliar e compreender a informação, para aí aplicá-la e fazer uma mudança ou transformação, é possível criar espaço para a responsabilidade surgir. Tanto de quem está provendo o cuidado ou informação em saúde – ao entender que tem a responsabilidade de fazer a informação ser o mais compreensível possível – quanto de quem está recebendo o cuidado, ao responsabilizar-se por sua parte, que, dependendo do seu contexto, pode ser mais difícil do que já é normalmente. O processo educativo em saúde reconhece a ambivalência da mudança, ou seja, que há uma vontade de mudar ao mesmo tempo que há uma vontade de não mudar. Esse processo favorece a autonomia e cria um espaço de segurança para a pessoa vulnerabilizar-se. Inteligência artificial e plataformas digitais vêm transformando a saúde. Que avanços tecnológicos se destacam no que diz respeito ao autocuidado? De maneira geral, entre as ferramentas que ajudam a navegar no mar informacional e a lidar com as barreiras para a mudança destacam-se: plataformas que conectam pessoas com determinadas condições de saúde ou pessoas engajadas em uma mudança de hábito; que explicam patologias, medicamentos, processos de mudança de hábitos de forma mais simples; que facilitam o tratamento e a mudança; que organizam as informações sobre saúde. Existe uma infinidade. Também há a inovação em produtos para o autocuidado mais eficazes. Vale pontuar que mudanças simples em processos, como adaptação de linguagem, têm o potencial de gerar melhorias e impactos consideráveis. O simples demanda tempo e técnica para ser executado. Qual o papel de uma premiação como a da ACESSA na disseminação do autocuidado? A premiação promovida pela ACESSA permite disseminar as estratégias para o autocuidado individual e coletivo, bem como difundir o conceito. Também reconhece o que está sendo feito e que merece ser reproduzido ou ampliado. Numa era de excesso informacional, é fundamental abrir espaço para iniciativas práticas e que lidam com o real e seus desafios.
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O Conteúdo Informação simples sobre saúde é chave para o engajamento no autocuidado Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital De tempos em tempos, o óleo de rosa mosqueta se torna o queridinho quando o assunto é o cuidado com a pele. Antes de mais nada, é importante ressaltar que a utilização de produtos dermatológicos deve ser feita com cautela. Diante de qualquer sinal de irritação, suspenda a aplicação e consulte um médico. Aqui, vamos detalhar o que é composto, quais seus principais benefícios e orientações para a utilização correta. + Leia também: O que você precisa saber sobre o ácido glicólico para pele O que é óleo de rosa mosqueta e quais seus benefícios?O óleo de rosa mosqueta é um composto extraído das sementes da fruta selvagem rosa mosqueta. A planta é cultivada principalmente no Chile. Existem relatos sugerindo benefícios do óleo de rosa mosqueta a partir de substâncias específicas presentes em sua composição. Por exemplo: estudos in vitro – ou seja, conduzidos em células isoladas dentro de um laboratório – sugerem propriedades anti-inflamatórias, imunomoduladoras e bacteriostáticas (capacidade de impedir o crescimento de bactérias). Mas a verdade é que esse tipo de experimento é apenas um primeiro passo na busca por comprovar as vantagens de um determinado produto. “No momento, não existem estudos com metodologia robusta sobre os benefícios do óleo de rosa mosqueta nas doenças dermatológicas”, pontua Cintia Pessin, secretária-científica da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção Rio Grande do Sul (SBD-RS). + Leia também: Óleo de rícino: conheça os principais usos e como aplicar no cabelo Quais são as indicações de uso?O óleo de rosa mosqueta conta com diversas substâncias, incluindo ácido linoleico, alfa-linolênico e oleico, tocoferol (vitamina E) e antioxidantes, como a vitamina C. “Com base em sua composição, acredita-se que ele pode ser coadjuvante no tratamento de alguns tipos de manchas e cicatrizes, além de auxiliar na hidratação e renovação da pele”, detalha Cintia. Ele também seria um recurso útil para o cuidado adicional de cabelos e de unhas. O extrato pode ser utilizado em produtos comerciais prontos ou manipulados, como séruns ou loções cremosas, ou como óleo essencial, acrescentando algumas gotas ao hidratante corporal. “Algumas gotas também podem ser adicionadas ao hidratante para massagear unhas e cutículas à noite e o óleo, utilizado junto com o condicionador ou máscara para os cabelos”, diz Cintia. Mas ela reforça que não existe comprovação científica para fazer essas aplicações. O produto também complementa o tratamento de dermatite seborreica do couro cabeludo, embora com poucos estudos comprovando sua eficácia. “Para esta finalidade, pode ser usado algumas horas antes da lavagem, localizadamente, nas áreas de descamação”, explica Anaisa Raddo, dermatologista especialista pela SBD e colaboradora da residência médica em dermatologia do Hospital Sírio-Libanês.
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+ Leia também: Com que frequência devemos lavar a toalha de banho para evitar riscos à saúde? Quais são as contraindicações e restrições?Apesar de ser um produto botânico, deve-se atentar para possibilidade de irritação da pele. “Embora sejam ativos obtidos de plantas, não existem estudos sobre a segurança do uso durante a gestação, lactação e idades específicas”, complementa Anaisa. O ideal é evitar o uso em indivíduos de pele sensível, como crianças menores de 2 anos ou idosos.
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Já para pessoas com pele oleosa, há uma contraindicação específica. “Elas não devem utilizar o óleo de rosa mosqueta no rosto, porque o produto aumenta ainda mais a oleosidade”, afirma. + Leia também: Niacinamida: para que serve e quais os benefícios para a pele Quais os cuidados na utilização?O ideal é evitar o óleo de rosa mosqueta puro em áreas muito extensas durante o dia. “Há relatos de irritação da pele após uso da rosa mosqueta, principalmente após episódios de exposição solar”, afirma Anaisa. E qualquer piora da dermatose ou irritação local exige que a pessoa suspenda o uso.
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Por falta de estudos clínicos que comprovem a eficácia, geralmente os óleos são utilizados em associação aos tratamentos convencionais. “É sempre indicado consultar um dermatologista para entender melhor as necessidades de cada tipo de pele”, enfatiza Cintia.
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O Conteúdo Óleo de rosa mosqueta: para que serve, quais são os benefícios e cuidados Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital A campanha nacional de vacinação contra a gripe foi ampliada para toda a população a partir de seis meses de idade. Desde o início da iniciativa, em 25 de março, as vacinas foram disponibilizadas a grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, de acordo com critério de risco aumentado de agravamento devido à infecção pelo vírus influenza. Até o momento, foram aplicadas mais de 17 milhões de doses, com uma cobertura vacinal de 26,7%, de acordo com indicadores da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). O anúncio foi antecipado pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, na terça-feira, 30 de abril, nas redes sociais. De acordo com ela, a medida tem como objetivo responder ao aumento de casos no país, reduzindo complicações e o número de internações hospitalares. + Leia também: Gripe, resfriado, bronquiolite e Covid: os vírus estão no ar “A vacinação é essencial para proteger a saúde da população e evitar a propagação, especialmente durante as estações mais frias, quando a incidência da gripe tende a aumentar”, afirmou a ministra em comunicado.
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Apesar de circular durante todo o ano, o vírus da gripe apresenta uma sazonalidade, com maior predominância durante os meses mais frios do ano, nas estações de outono e inverno. Além disso, o comportamento da população durante essa temporada favorece a infecção, como o confinamento em lugares fechados. O Ministério da Saúde destaca que estados e municípios têm autonomia para definir os públicos, de acordo com seus estoques de vacina. Nesse sentido, permanece a prioridade aos grupos mais vulneráveis a complicações da gripe, como gestantes, puérperas, idosos, crianças menores de cinco anos e pessoas com comorbidades ou condições clínicas especiais. + Leia também: Teste para gripe: quando fazer e quais os tipos No Norte do país, a imunização teve início em novembro de 2023. A mudança na estratégia visa acompanhar o contexto climático específico da região. O chamado “inverno amazônico” leva a uma maior circulação viral no final do ano, diferentemente das demais áreas brasileiras. Por isso, os estados nortistas permanecem de fora dessa nova etapa da campanha.
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A vacina contra gripe disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é produzida pelo Instituto Butantan. As doses contam com três cepas do vírus influenza, definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com base em estudos globais sobre a incidência da doença. Devido à alta taxa de mutação do agente infeccioso por trás da gripe, é necessário receber o imunizante atualizado uma vez por ano. Vale destacar que a vacina não é capaz de provocar a doença devido à sua composição por vírus não ativado. A picada estimula o sistema imunológico a produzir defesas contra a infecção, reduzindo os riscos de casos graves e morte. Em média, os anticorpos passam a ser detectados entre duas e três semanas após a aplicação, com duração de 6 a 12 meses.
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O Conteúdo Vacinação contra a gripe é ampliada para todas as pessoas acima de 6 meses Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital Em vídeo divulgado nas redes sociais no final de abril, o ator Felipe Simas revelou que foi diagnosticado com neurite óptica. A doença, uma inflamação do nervo óptico que pode inclusive levar à perda de visão, está geralmente associada a distúrbios autoimunes. Segundo Simas, o sinal de que algo estava errado veio após ele sentir dois dos sintomas típicos desse quadro: uma redução na capacidade de enxergar, junto de dores ao movimentar os olhos. O artista ainda destacou que o problema pode indicar o início de um quadro da doença do espectro da neuromielite óptica (NMOSD), condição autoimune que afeta o sistema nervoso central, sobretudo o nervo óptico e a medula espinhal. +Leia também: Batalha interna: o que se sabe sobre doenças autoimunes e como tratá-las O que é neurite ópticaEm linhas gerais, um quadro de neurite óptica se refere a qualquer inflamação do nervo óptico em que há uma degeneração da bainha de mielina – membrana que ajuda na transmissão de impulsos nervosos. No caso do olho, isso se manifesta prejudicando a capacidade visual.
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A NMOSD citada por Simas e a esclerose múltipla estão entre as principais condições que levam ao desenvolvimento da neurite óptica. Ambas são doenças autoimunes que fazem o organismo produzir anticorpos contra a mielina, causando sua destruição gradual. Embora essas sejam as causas mais comuns, elas não são as únicas. A neurite óptica também pode aparecer como resultado de tumores cerebrais, infecções e intoxicação por metais pesados, entre outros problemas de saúde. Quais os sintomas e o tratamento da neurite ópticaOs sintomas típicos desse quadro são alterações na capacidade visual, que pode incluir dificuldade de distinguir cores e perda parcial ou total da visão. Também é comum que haja dor ao movimentar os olhos. O tratamento é feito com medicamentos para controlar a inflamação e, quando necessário, combater a condição autoimune ou as infecções associadas ao quadro da neurite.
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Os médicos que tratam casos desse tipo são o oftalmologista, que cuida dos olhos, e o neurologista, que dá atenção ao distúrbio nos nervos. Caso você sinta qualquer alteração em sua capacidade de enxergar, busque um desses especialistas para um diagnóstico correto. Em alguns casos, pode ser necessário recorrer à cirurgia, como quando há tumores envolvidos no aparecimento do problema. A operação busca remover qualquer massa que esteja comprimindo o nervo. A recuperação do quadro depende da severidade do caso e das características individuais do paciente, mas em muitas situações é possível reverter total ou parcialmente o déficit na visão.
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O Conteúdo Neurite óptica: o que é doença de Felipe Simas Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital |
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