O câncer atinge cerca de 700 mil brasileiros anualmente. Desses, estima-se que 2 a 3% sejam por tumores raros. Se o acesso a diagnóstico e tratamento já é um desafio para a população diagnosticada com formas mais prevalentes da doença, as dificuldades são ainda maiores quando se trata de um caso raro. O acesso ao diagnóstico é um desafio, seja pelo alto custo de alguns procedimentos, seja pelo conhecimento dos profissionais, seja pela falta de capilaridade de unidades preparadas para exames complexos. Vencida a barreira do diagnóstico, o paciente passa a enfrentar uma jornada: a de conseguir o tratamento mais adequado. Desde a demora até a indisponibilidade de medicamentos modernos, são vários os obstáculos enfrentados, tanto na rede pública quanto na privada. Se tomarmos como exemplo o linfoma de células do manto (LCM), um dos mais de 80 subtipos de linfoma não-Hodgkin, podemos dizer que os gargalos de diagnóstico e tratamento podem representar uma sentença de morte.
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O LCM acomete mil pessoas no Brasil todos os anos e pode evoluir para formas potencialmente mortais em pouquíssimo tempo. Daí a importância de um diagnóstico rápido e de tratamento ainda nos estágios iniciais. +Leia também: Câncer inguinal: o que é doença que matou Anderson Leonardo, do Molejo Pessoas que convivem com esse tipo de linfoma, assim como com outros cânceres raros, precisam receber diagnóstico e tratamento que levem em conta fatores como estágio da doença, extensão do tumor, idade, tolerabilidade às opções terapêuticas e outros mais específicos de cada caso. Em linfomas, tudo isso começa com uma avaliação de um médico que reconheça a possibilidade de um câncer e que solicite uma biópsia do local afetado ou encaminhe o paciente para um especialista.
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Após a espera até a biópsia, um patologista especializado deve proceder os testes de imunohistoquímica, essenciais para chegar a um diagnóstico preciso de LCM, e isso passa longe da realidade do país, que convive com uma grande lacuna desses profissionais. O tratamento do LCM também é diferente dos outros linfomas, porque ele é mais resistente à quimioterapia. Quando possível, até o transplante autólogo de medula óssea é realizado logo de início. A falta de políticas públicas para cânceres raros é latente, o que dificulta a incorporação de novos medicamentos na rede pública e na rede privada.
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Essa discussão se faz cada vez mais relevante em um cenário com inovações tecnológicas, como a terapia com células CAR-T, que permite modificar células específicas do sistema imunológico para atacar tumores, e as terapias-alvo. As novas formas de abordagem da ciência chegam para permitir novos caminhos para pacientes que já haviam chegado a um “fim da linha” em termos de terapia. De novo pensando no LCM e em outros linfomas, uma terapia inovadora são os inibidores covalentes da tirosina quinase de Bruton (BTK), já disponíveis no Brasil e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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São medicamentos orais cujo acesso na medicina privada está garantido por fazerem parte da lista de antineoplásicos de fornecimento obrigatório da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Mas, como são comprimidos de uso contínuo e ainda com custo elevado, sua utilização pelo paciente do SUS está impedida. Recentemente, o primeiro inibidor não covalente da BTK, o pirtobrutinibe, foi lançado no Brasil para os pacientes resistentes ou intolerantes aos inibidores covalentes de BTK. Nos estudos realizados com este novo medicamento, houve melhora da sobrevida global (a duração teve uma mediana de 17,6 meses e a sobrevida global ficou em 23,5 meses, em um cenário em que o esperado anteriormente era em torno de 10 meses) e redução do volume da doença em 57%. Vivemos em uma época na qual tratamentos cada vez mais modernos são oferecidos para pacientes oncológicos em todo o mundo. Na contramão disso, ainda damos passos lentos para permitir que os pacientes realmente acessem essas tecnologias.
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A medicina corre e precisamos acompanhá-la para que suas descobertas cheguem a quem mais precisa. A regra tem que ser clara: acesso e diagnóstico não podem ser gargalos, têm que ser solução. Rony Schaffel é médico, PhD em linfoma, leucemia e transplante e professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro
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O Conteúdo Acesso a tratamento e diagnóstico de cânceres raros são gargalos no Brasil Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital A cervicite é uma condição médica caracterizada pela inflamação do colo uterino, a parte inferior do útero que se projeta para dentro da vagina. Essa inflamação pode ser desencadeada por uma variedade de fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou fúngicas, bem como reações alérgicas a produtos químicos presentes em espermicidas, duchas vaginais ou preservativos. Ela ocorre quando os tecidos do colo do útero são irritados ou infectados, muitas vezes pela introdução de agentes patogênicos na vagina, resultando em uma resposta inflamatória do sistema imunológico. Quais são os sintomas da cerviciteOs sintomas da cervicite podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem corrimento vaginal anormal, dor durante a relação sexual, sangramento anormal, dor pélvica, dor ao urinar e sensação de queimação. Nem todas as pessoas com cervicite apresentarão todos esses sintomas, e alguns casos podem até ser inteiramente assintomáticos.
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Qual o tratamento para cervicite?O tratamento para cervicite depende da causa da inflamação. Se for causada por uma infecção bacteriana, o médico pode prescrever antibióticos para eliminar a infecção. Nesse caso, é importante lembrar de usar o medicamento por todo o período prescrito, mesmo se os sintomas já melhoraram – é a maneira de evitar a resistência antimicrobiana. +Leia também: A ameaça crescente (e oculta) das superbactérias no Brasil Se for causada por uma infecção viral, como herpes genital, o tratamento pode incluir medicamentos antivirais para controlar os sintomas. O mesmo vale para infecções fúngicas, tratadas com medicamentos específicos para combater esses patógenos.
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Além do tratamento medicamentoso, os médicos podem recomendar alguns cuidados adicionais para ajudar a aliviar os sintomas e promover a cura:
É importante consultar um médico se você suspeitar de cervicite. O profissional poderá realizar um exame pélvico e outros testes para determinar a causa da inflamação e prescrever o tratamento adequado. Ignorar os sintomas da cervicite pode levar a complicações, como infecções do trato reprodutivo ou infertilidade.
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O Conteúdo O que é a cervicite? Conheça os sintomas, diagnóstico e tratamento Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital Já deveria ser consenso que a falta de saneamento básico, de condições de higiene e de assistência médica, misturada com pobreza, fome e ondas migratórias, compõe uma receita para a disseminação de doenças. E não só as emergentes, mas também as “permanecentes”, com as quais convivemos faz tempo. Uma delas é a leishmaniose, que pode atacar tanto os órgãos internos quanto a pele, dependendo da estirpe do protozoário causador dos estragos, a Leishmania. Trata-se de um organismo que não pertence à Virosfera e tem uma célula só (lembre-se: vírus nem células têm). Na forma visceral da doença, por trás de 30 mil novos casos por ano no mundo, o baço e o fígado aumentam de tamanho e a vítima tem anemia, perda de peso, diarreia e problemas respiratórios. A forma cutânea, com um milhão de novos casos por ano no planeta, surge com nódulos na pele, que acabam virando lesões cutâneas – daí o nome úlcera de Bauru, devido a uma epidemia que correu nesta cidade do interior paulista. Por aqui, esse protozoário pega carona em mosquitos-palha, que se reproduzem onde há matéria orgânica, como jardins, bosques, florestas e por aí vai. Vários mamíferos selvagens abrigam a tal da leishmania, mas cães são importantes reservatórios da doença e padecem de lesões similares às dos humanos.
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Funciona assim: o mosquito pica os cães, depois as pessoas, e o ciclo vai rodando… Acontece que a forma cutânea pode piorar bastante e virar a forma muco-cutânea, atingindo não só a pele, mas ainda as mucosas da boca, do nariz e da garganta, levando à destruição desses tecidos e gerando deformidades profundas. Se comparamos as lesões da forma cutânea “leve” e as da forma muco-cutânea, mais grave, vamos ver que nessa última a inflamação e agressão são bem mais intensas. Mas o que faz um ataque ser tão diferente entre os tipos de leishmaniose cutânea? É aí que entramos (finalmente!) na Virosfera. Pois é, como todos os seres vivos, os protozoários também têm seus próprios vírus – na realidade, tem até vírus que vive dentro de outros vírus!
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Um dos vírus que infectam protozoários é chamado de totivírus e ele vive em simbiose com a célula da leishmania. Não só: ele dá superpoderes a ela. Comparo, especialmente aos nerds de plantão, aos midichlorians que estão nas células dos Jedis em Star Wars. O totivírus é um dos menores vírus conhecidos e está presente em algumas estirpes do agente responsável pela leishmaniose. Quando o sistema imune da pessoa infectada com a leishmania que carrega esse vírus encontra o RNA do genoma viral, a resposta inflamatória é exacerbada. Sim, esse RNA (do vírus dentro do protozário) é um potente imunoestimulante. É por causa dessa reação que se desenvolve a forma muco-cutânea da doença. + LEIA TAMBÉM: Leptospirose, como se resguardar da doença disseminada em enchentes Vantagens para uns, problemas para outrosNessa simbiose, o totivírus ganha da leishmania uma maquinaria afinada para se replicar, enquanto a leishmania ganha resistência à inflamação detonada na pele, capacidade de se disseminar mais amplamente pelas lesões e até mesmo pode de repelir medicamentos que usamos para tentar matá-la. Quando a leishmania se reproduz sexuadamente, o que nem sempre ocorre, pois ela pode se reproduzir assexuadamente, só se dividindo, o totivírus ainda passa da mãe para as filhas, perpetuando a infecção viral naquela linhagem do protozoário. As diversas formas de leishmaniose têm cura e o sucesso do tratamento depende de um diagnóstico precoce, usando medicamentos à base de antimônio, pentoxifilina e anforetecina B.
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Mas não daria também para usar antivirais e combater o totivírus a fim de podar a forma muco-cutânea? Com certeza! Terapias antivirais e outras que contêm a inflamação exagerada imposta pelo vírus já estão no radar de quem estuda a leishmaniose. Só que é melhor prevenir do que remediar. Controlar a leishmaniose canina vai baixar a disponibilidade de protozoários para o mosquito-palha entregar às pessoas. Usar repelentes também nos protege. Mas dá para fazer mais. Não é utopia acabar com a pobreza e a falta de saneamento, que permitem que tantas doenças se perpetuem. Manter uma população saudável com acesso a tratamento de água e esgoto é o mínimo que nosso humanismo (e bom-senso) pode almejar.
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E investir em educação e ciência, algo nem sempre presente no horizonte dos políticos, não é opcional; é mandatório, como deixa bem clara a história do vírus em um protozoário em um mosquito em um humano. “Fazer ou não fazer. Não existe tentar”, diria o Mestre Yoda, de Star Wars. P.S.: Prof. Sidnei Sakamoto, obrigado pela dica! Que a Força esteja com você!
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O Conteúdo Leishmaniose: um vírus em um protozoário em um mosquito em um homem Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital A terceira semana do mês de maio celebra a Semana Nacional de Conscientização sobre Alergia Alimentar, uma iniciativa que busca chamar a atenção para esse problema que é mais expressivo na infância – mas pode seguir exigindo atenção por toda a vida, mesmo na idade adulta. Estima-se que quase 10% das crianças tenham algum tipo de alergia alimentar até o segundo aniversário. Com o tempo, essas reações podem ceder e deixar de causar problemas, mas ainda assim cerca de 2% dos adultos continuam precisando ter atenção ao que comem. Mais do que isso: as alergias alimentares estão em crescimento no Brasil e em outros lugares. Para conhecer mais sobre esse problema, os pontos de atenção e as alternativas que vêm surgindo atualmente, VEJA Saúde preparou uma lista de destaques entre os conteúdos que publicamos nos últimos anos. Leia a seguir:
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Como a alergia alimentar se relaciona com a saúde em geral
Cuidados com a alergia alimentar na infância
Alergia alimentar: dúvidas frequentes e alimentos para cuidar
Como o Brasil lida com a alergia alimentar
Alternativas no prato e na medicina para quem tem alergia alimentar
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O Conteúdo Semana da Alergia Alimentar: destaques para conhecer e se cuidar Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital O hormônio estrogênio – responsável pelas características físicas e órgãos sexuais femininos – atua a favor do organismo da mulher, retardando o tempo médio de desenvolvimento de doença arterial coronariana. De acordo com estudos nacionais e internacionais publicados, inclusive na Revista Científica da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, nas mulheres, a doença cardiovascular (DCV) ocorre de 10 a 15 anos mais tarde na comparação com homens. Para elas, o pico é entre os 55 e 70 anos. Porém, entre mulheres, uma série de fatores aumentam a probabilidade do surgimento de DCVs em relação aos homens: diabetes, hipertensão, tabagismo (que confere risco 25% maior sobre o sexo oposto), depressão, ansiedade e estresse mental agudo (mais comum nelas) são exemplos. E há fatores de risco específicos das mulheres, como:
Além disso, a própria anatomia coronariana feminina propicia incidência superior de doença arterial aterosclerótica e de óbitos nesta população. Isso acontece porque mulheres têm artérias coronárias menores e de menor calibre, o que contribui para obstruções. Devido ao estresse e aos níveis hormonais, elas também tendem a desenvolver erosões de placas coronarianas, ruptura, embolização distal, espasmo e dissecção coronariana espontânea mais frequentemente do que eles. Diferenças comprovadasDesde as últimas décadas, especialistas focam suas pesquisas nas diferenças das doenças cardiovasculares entre sexos, e não são só os fatores de risco que atuam de maneira distinta.
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A apresentação clínica das DCVs mostra particularidades: nos casos de infarto, mulheres podem ter sintomas inespecíficos iniciados dias ou até semanas antes do episódio cardiovascular, como fraqueza muscular em membros superiores, alterações de padrão do sono, ansiedade e fadiga. Tais manifestações atípicas chegam a retardar o diagnóstico e conferir pior prognóstico e mortalidade às pacientes. O maior número de óbitos entre mulheres por causas cardiovasculares é comprovado. Dados do Global Burden of Diseases, de 2019, revelaram que as DCVs foram responsáveis por 34,6% de mortes femininas e por 31,4% das fatalidades masculinas no mundo. Da mesma forma, outros estudos atestam que elas têm mais chance de acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca como primeiro evento cardiovascular, enquanto os homens apresentam doença arterial coronariana nessa circunstância. Há muita evidência científica embasando a recomendação que tanto a prevenção quanto o tratamento das DCVs em mulheres sejam realizados de forma individualizada. Impossível padronizar esse atendimento diante de tantas diferenças entre os gêneros.
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Para incentivá-las a investir na saúde cardiovascular, em março, por ocasião do Dia Nacional de Conscientização das Doenças Cardiovasculares na Mulher (14/03), a SOCESP lançou uma campanha – em mídias sociais e em seu site – incluindo postagens com orientações preventivas, entrevistas e podcasts esclarecendo sobre o tema. A abordagem ainda ganhou edição completa na Revista Cientifica da SOCESP, no final do ano passado (saiba mais clicando aqui). A preocupação em alertar também os profissionais da especialidade para criar estratégias específicas voltadas ao controle das DCVs em mulheres estará na pauta para o próximo Congresso da SOCESP, que acontecerá entre os dias 30 de maio e 1° de junho. Uma mesa de debates discutirá a “Doença Cardiovascular (DCV) na Mulher: Pilares para Redução da Mortalidade”. São iniciativas cujo objetivo é conscientizar todos os envolvidos, chamando a atenção para a necessidade de um olhar exclusivo para o coração feminino. *Lilia Nigro Maia, Salete Nacif e Nina Azevedo são cardiologistas e integrantes do SOCESP Mulher, da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.
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O Conteúdo Por que mulheres desenvolvem doenças cardiovasculares mais tarde? Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital A prevalência da obesidade aumentou em todo o mundo nos últimos 50 anos, atingindo níveis pandêmicos. Em 2020, quase 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo viviam com obesidade. A Federação Mundial de Obesidade estima que até 2035 esse número continuará a subir. Mais preocupante é o número de crianças e adolescentes com obesidade, pois isso provavelmente continuará na idade adulta. Enquanto em 1975 menos de 1% da população de 5 a 19 anos era afetada pela obesidade, esse número agora é de 8 a 10% – e prevê-se que chegue a 18-20% até 2035. A obesidade é uma epidemia com múltiplas causas complexas, e não se deve simplesmente à falta de força de vontade de um indivíduo. Vamos mergulhar na origem da obesidade de uma forma criativa: Imagine que seu corpo é uma casa com um termostato interno. Mas, em vez de controlar a temperatura, esse termostato regula o peso. Quando você come, seu corpo processa os alimentos e usa a energia que precisa para funcionar. O que sobra é armazenado como reserva de energia em lugares como o tecido adiposo, que é como um depósito de gordura. Agora, pense nesse termostato interno como um pouco teimoso. Ele está programado para manter um certo peso – é como se fosse um peso ideal para sua altura e estrutura corporal. Mas, às vezes, devido a diversos fatores, esse termostato pode ficar desregulado. +Leia também: Obesidade na gestação aumenta riscos para mãe e bebê Por exemplo, se você consome mais calorias do que queima, como ao comer muitos alimentos ricos em gordura e açúcar, seu corpo armazena o excesso de calorias nas células de gordura. Com o tempo, essas células de gordura se expandem, e quando elas ficam muito cheias, seu corpo produz mais células de gordura para armazenar o excesso.
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Agora, imagine que seu termostato interno, ao invés de ajustar a temperatura automaticamente, começa a pensar que esse novo peso maior é o normal. Então, mesmo se você tentar fazer dieta e exercício para perder peso, seu corpo luta contra você, resistindo à perda de peso e fazendo você se sentir com fome o tempo todo. Além disso, há toda uma orquestra de hormônios que desempenham papéis importantes nesse processo. Resumindo, a fisiopatologia da obesidade é uma dança complicada entre seus genes, seu ambiente e seu próprio corpo, onde o equilíbrio entre comer, gastar energia e armazenar gordura pode ser facilmente perturbado, levando ao acúmulo de peso e dificuldade em perdê-lo. O principal método utilizado para diagnosticar a obesidade é o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). O IMC é uma medida que relaciona o peso e a altura de uma pessoa e é calculado dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado. Depois de calcular o IMC, ele é comparado com faixas de valores estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições de saúde. As faixas geralmente são divididas em categorias, como:
Embora o IMC seja útil para estimar o grau de adiposidade em uma população, ele tem limitações significativas quando se trata de diagnosticar individualmente a obesidade. Uma das principais limitações é que ele não distingue entre massa gorda e massa magra.
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× O conteúdo apresentado no resultado da pesquisa realizada (i) não representa ou se equipara a uma orientação/prescrição por um profissional da saúde e (ii) não substitui uma orientação e prescrição médica, tampouco serve como prescrição de tratamento a exemplo do que consta no site da Farmaindex: “TODAS AS INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE SITE TÊM A INTENÇÃO DE INFORMAR E EDUCAR, NÃO PRETENDENDO, DE FORMA ALGUMA, SUBSTITUIR AS ORIENTAÇÕES DE UM PROFISSIONAL MÉDICO OU SERVIR COMO RECOMENDAÇÃO PARA QUALQUER TIPO DE TRATAMENTO. DECISÕES RELACIONADAS AO TRATAMENTO DE PACIENTES DEVEM SER TOMADAS POR PROFISSIONAIS AUTORIZADOS, CONSIDERANDO AS CARACTERÍSTICAS PARTICULARES DE CADA PESSOA” • O conteúdo disponibilizado é meramente informativo, tendo sido obtido em banco de dados fornecido exclusivamente pela Farmaindex, sendo de única responsabilidade daquela empresa; • Isenção de qualquer garantia de resultado a respeito do conteúdo pesquisado; • Informativo de que caberá ao usuário utilizar seu próprio discernimento para a utilização responsável da informação obtida.
Portanto, uma pessoa com uma grande quantidade de massa muscular pode ter um IMC alto e ser classificada como obesa, mesmo que tenha uma baixa porcentagem de gordura corporal. Além disso, o IMC não leva em consideração a distribuição de gordura corporal, que é um fator importante na avaliação do risco de complicações relacionadas à obesidade. A gordura visceral, que se acumula ao redor dos órgãos internos, está mais associada a problemas de saúde do que a gordura subcutânea, que se acumula logo abaixo da pele. Ou seja, duas pessoas com o mesmo IMC podem ter distribuições diferentes de gordura corporal e, consequentemente, riscos de saúde diferentes. Uma abordagem abrangente para avaliar a obesidade inclui medidas adicionais, como circunferência da cintura, relação cintura-quadril e métodos de avaliação da composição corporal,como a bioimpedância, hoje encontrada em muitos consultórios médicos.
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A obesidade está diretamente ligada a pelo menos 38 problemas de saúde não transmissíveis, incluindo diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, doença renal crônica, doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica, osteoartrite, depressão e 13 tipos de câncer. Essas condições estão frequentemente interligadas e com riscos especialmente alto para pessoas com obesidade mais grave. Mas o que está nos impedindo de tratar efetivamente a obesidade como uma doença crônica? Um motivo é certamente o custo; o outro é a ideologia de que a origem da obesidade está em grande parte sob o controle de uma pessoa e requer apenas força de vontade para ser superada. A visão tradicional de que a obesidade se deve à falta de responsabilidade individual precisa ser dissipada, pois não leva em consideração muitos fatores fisiológicos, biológicos, genéticos, sociais, culturais e ambientais. Essa visão imprecisa e simplista também é estigmatizante, levando à discriminação. Por exemplo: nosso ambiente está se tornando cada vez mais obesogênico — em outras palavras, cada vez mais ele facilita a obesidade. A publicidade e o marketing influenciaram normas sociais e culturais em torno de alimentos e bebidas em muitas sociedades, incluindo a normalização do consumo de fast-food e a promoção de alimentos não saudáveis. Avanços tecnológicos e digitais levaram a mais empregos sedentários e passatempos que não incluem atividade física. Intervenções que visam apoiar os indivíduos a mudar sua dieta e aumentar a atividade física tendem a seguir um padrão de perda de peso, platô e depois a temida recuperação progressiva do peso. Uma razão para isso é que mudanças hormonais que influenciam a regulação do apetite ocorrem no corpo como um mecanismo de defesa, tornando mais difícil a perda de peso adicional.
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Encorajar as pessoas com obesidade a focar em fazer mudanças sustentáveis e positivas na qualidade de sua dieta e atividade física, enquanto buscam orientação e apoio de profissionais de saúde, pode ser mais benéfico e motivador do que focar apenas na perda de peso como indicador de “sucesso” ou “fracasso”. Além disso, benefícios a longo prazo requerem atenção a longo prazo, então pessoas com obesidade que estão fazendo tais mudanças de estilo de vida necessitam de apoio sustentado dos profissionais de saúde. Para avançar nos esforços de prevenção primária da obesidade, a Unicef defende uma abordagem integrada baseada em:
O impacto da obesidade na saúde individual e na sociedade como um todo é significativo, refletindo-se em custos econômicos substanciais e em uma carga crescente sobre os sistemas de saúde. Para enfrentar eficazmente a obesidade, é necessário um compromisso conjunto de governos, instituições de saúde, setores da indústria alimentícia, organizações não governamentais e a sociedade em geral. Estratégias abrangentes e baseadas em evidências, que vão desde políticas públicas até intervenções comunitárias, são essenciais para prevenir e gerenciar a obesidade de forma eficaz.
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Ao reconhecer a obesidade como uma questão de saúde pública e não apenas como uma falha individual, podemos criar um ambiente mais inclusivo e capacitador para indivíduos com obesidade. *Filippo Pedrinola é head nacional na Endocrinologia da Brazil Health e médico Endocrinologista no Hospital Israelita Albert Einstein (Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)
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O Conteúdo Um manual sobre a obesidade: da origem ao combate efetivo Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital A cisteína, na sua forma acetilcisteína, é um remédio considerado essencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É usado para tratar a overdose de paracetamol, uma condição rara no Brasil, mas comum nos Estados Unidos – onde se tornou uma das causas evitáveis transplante hepático – e também como diluidor de muco nas doenças pulmonares. Não à toa, uma das formas mais comuns da acetilcisteína é em xarope expectorante. Mas a cisteína também pode ser encontrada na forma de suplemento alimentar – e daí advém sua popularidade. Saiba mais sobre ela abaixo. +Leia também: Multivitamínicos: suplementos são essenciais ou supérfluos? Para que serve a suplementação de cisteínaA cisteína é um aminoácido crucial para a formação de um antioxidante, a glutationa, que por sua vez é indispensável no combate ao excesso de radicais livres que causam danos às células e aos tecidos.
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Ao fazer este combate, a glutationa produzida a partir da cisteína torna-se uma aliada da imunidade e de doenças agravadas pelo estresse oxidativo, como enfermidades cardíacas, psiquiátricas e infertilidade. É também usada por atletas de alto desempenho para neutralizar os radicais livres da intensidade do exercício físico. A glutationa está presente no fígado em grandes quantidades. É por isso que ela é usada para tratar intoxicações hepáticas por paracetamol ao neutralizar os radicais livres causados pelo dano ao órgão. Onde encontrar a cisteína e quais suas indicaçõesNosso corpo produz a cisteína em pequenas quantidades, mas ele precisa de quantidades adequadas de vitaminas B6 e B12, além do folato, para produzi-la. Uma dieta equilibrada consegue suprir as doses necessárias de cisteína. O importante é colocar proteínas, além do feijão, lentilha, espinafre, banana, salmão e atum nas refeições.
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Mas a lista de condições que a cisteína pode ajudar tem crescido. Hoje, o aminoácido está sendo pesquisado ou recomendado no tratamento de uma série de condições e doenças. Veja quais são:
É claro que a suplementação da cisteína só deve ser indicada por um médico ou nutricionista, que poderá mensurar a dose precisa para idade ou condição. A cisteína pode interagir com medicação anticoagulante – por isso, um cuidado extra é indicado para quem faz uso desses fármacos.
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O Conteúdo Cisteína: o que é e para que serve Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital Já reparou que toda vez que você passa com um profissional de saúde, seja no pronto-atendimento, em consulta, na fisioterapia ou no dentista, ele pergunta: “De 0 a 10, que nota você dá para sua dor?”. A pergunta parece não ter muita importância e pode soar até chata. Eu posso dizer que escuto muitas reclamações. Mas essa questão aparentemente boba na verdade é valiosa, porque a numeração guia o profissional da saúde para as condutas subsequentes. No caso de um tratamento, a resposta avalia se a intervenção feita foi eficiente, ou se será preciso tomar outras medidas. Em 1995, o doutor James Campbell, então presidente da Sociedade Americana de Dor), apresentou a ideia de avaliar a dor como um sinal vital. Afinal, a dor ainda é o sintoma que mais leva as pessoas a buscar ajuda médica. Segundo ele, este parâmetro de 0 a 10 elevaria a conscientização dos profissionais para avaliar e gerir a dor de seus pacientes. A ideia foi rapidamente adotada pela VHA (Veterans Health Administration) e pela Joint Commission, líder mundial em certificação de organizações de saúde. Com a força das duas organizações, a escala numérica de dor de zero (0) a dez (10) foi implementada em todas as clínicas e hospitais dos Estados Unidos. Rapidamente, todos os ambientes clínicos e hospitalares começaram a usar as pontuações como medida de qualidade de atendimento e também nos relatórios de avaliação de provedores de saúde. A escala é avaliada da seguinte forma:
Você provavelmente já experimentou algumas variações dessa escala, mas essa ideia foi revolucionária para a medicina da dor. Com ela, pudemos evoluir e melhorar a avaliação da dor dos pacientes e criar protocolos de atendimento importantes.
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+Leia também: Dores abdominais: o que são e como identificar cada uma delas Parâmetros como saída do centro cirúrgico para o quarto, alta hospitalar, uso de compressa quente ou fria, doses de medicamento, mudança de posição no leito, fisioterapia e pesquisas científicas… tudo isso foi influenciado por essa escala de dor. Costumo dizer nas minhas aulas o seguinte: “o que você não acompanha, você não controla. E o que você não controla, não pode mudar”. A dor é individual e subjetiva. Consequentemente, cada organismo reage de um jeito às propostas aliviadoras. Com isso em mente, a escala numérica da dor veio como o quinto sinal vital, agregado aos outros quatro: pressão arterial, pulso, frequência respiratória e temperatura. Todos são indispensáveis nos cuidados com os pacientes. Desde o ano 2000, o conceito da dor como quinto sinal vital passou a ser difundido pelo mundo. Essa medida padronizada nos ajuda a tratar com mais seriedade a maior queixa das pessoas quando procuram por ajuda médica, gerando mudanças no posicionamento da equipe multidisciplinar, na qualidade de cuidados da instituição e trazendo conforto para o paciente.
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E agora, se alguém perguntar que nota você dá a sua dor, vai achar chato? *Mariana Schamas, cinesiologista, pós-graduada em dor e criadora do próprio método e do aplicativo DOLORI.
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O Conteúdo De 0 a 10, que nota você dá para sua dor? Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital Coleta de informação em tempo real por meio de pílulas engolidas pelo paciente – a evolução da tecnologia da internet of medical things (IoMT), ou internet das coisas médicas, marca uma nova era. Cápsulas com sensores surgem como alternativa inclusive para monitorar se pacientes de doenças crônicas estão tomando os medicamentos adequadamente. Por exemplo: não faz muito tempo, em 2017, o FDA, órgão regulatório de medicamentos dos Estados Unidos, aprovou a primeira pílula digital rastreável para tratamento de distúrbios mentais. O dispositivo acoplado a um antipsicótico formava um sistema capaz de registrar a hora em que o remédio era ingerido, além de compartilhar com o médico informações sobre a ação do fármaco no organismo. Com a ressalva sobre a importância de se aprimorarem mecanismos de proteção dos dados coletados por esse tipo de tecnologia, os biossensores ingeríveis podem se tornar valiosos aliados para diagnosticar distúrbios e medir sinais como frequência cardíaca e temperatura corporal. +Leia também: Começa a edição 2024 do Prêmio Veja Saúde Oncoclínicas de Inovação Médica Em artigo publicado revista Bioengineering, pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), ligada à Universidade de São Paulo (USP), analisaram o uso de cápsula endoscópica para detectar doenças gastrointestinais de forma menos invasiva, como alternativa à endoscopia convencional. Ingeridos, os pequenos aparelhos equipados de câmera e transmissor percorrem o sistema digestivo, captando imagens que podem indicar tumores e sangramentos. De acordo com os autores, apesar do custo mais alto e da possibilidade de ocorrerem contratempos como retenção do dispositivo no corpo e falhas na gravação, a tecnologia permite que todo o processo seja feito sem necessidade de anestesia e com mais conforto para o paciente. Pesquisas e testes de protótipos de microrrobôs que levam medicamentos ou investigam pontos específicos do organismo seguem se desenvolvendo pelo mundo afora. Revelar avanços tecnológicos como esses, liderados por brasileiros, é um dos focos do Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica, cujos vencedores de 2024 serão anunciados em cerimônia no dia 26 de setembro, em Brasília (DF).
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A premiação contempla oito categorias:
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O Conteúdo Dispositivos ingeríveis prometem revolucionar a medicina Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital Morreu em 11 de maio Richard Slayman, o primeiro paciente a receber um rim de porco ainda em vida, um procedimento conhecido como xenotransplante. A técnica, ainda experimental, vem sendo testada como uma alternativa para aumentar a sobrevida de pacientes esperando por um rim humano, ou que não são elegíveis para um transplante tradicional. Segundo o hospital, a morte não teve relação com o xenotransplante. Slayman tinha 62 anos e convivia com problemas renais crônicos. +Leia também: Transplantes de órgãos: avanços e desafios O que é um xenotransplante?Um xenotransplante é um transplante de órgãos obtidos em outra espécie, ou seja, que não vêm de um corpo humano. O termo tem origem no grego “xenos”, palavra para “estranho” ou “estrangeiro”. Pesquisas vêm sendo levadas a cabo ao redor do mundo para tornar mais viável essa técnica, que se tornou mais barata e precisa após o surgimento de novos métodos de edição genética. As modificações ajudam a tornar o órgão ainda mais similar ao humano, reduzindo as chances de rejeição e infecções.
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Diferentes animais podem ser “doadores” em potencial para um xenotransplante. Mas, em função de questões morfológicas e de tamanho dos órgãos, que são mais similares aos nossos, os suínos vêm sendo priorizados – especialmente em pesquisas relacionadas ao coração e aos rins. É importante lembrar que os animais utilizados nesses experimentos são criados em ambientes estéreis para reduzir ao mínimo qualquer chance de contaminação. Quando um xenotransplante é feito?Como a técnica ainda é experimental, os xenotransplantes por enquanto são raros e utilizados como último recurso. No caso de Richard Slayman, ele já havia passado pelo transplante de um rim humano em 2018, mas o órgão voltou a falhar após algum tempo. No entanto, receber o rim ainda em vida foi excepcional até mesmo no universo dos xenotransplantes. Hoje, a maioria dos testes ainda é feita em pessoas com morte cerebral, com o devido consentimento dos familiares. Tanto rins quanto corações de porcos já foram testados dessa forma. Slayman recebeu seu rim suíno em março deste ano, em procedimento comandado pelo médico brasileiro Leonardo Riella em um hospital de Boston (EUA).
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Na ocasião, o quadro do paciente era considerado gravíssimo, e a ideia era proporcionar uma sobrevida sem depender da diálise – uma realidade de muitos pacientes é acabar sendo retirados da fila de transplantes porque a saúde acaba se deteriorando demais para suportar o procedimento. As pesquisas buscam evitar que o órgão do animal cresça demais dentro do corpo humano, além de garantir que nenhum vírus ou outro tipo de contaminação chegue ao paciente. Outra preocupação dos cientistas é minimizar a rejeição ao órgão, um problema que também pode ocorrer com órgãos humanos.
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O Conteúdo Rim de porco? Entenda o que é e quando é feito o xenotransplante Apareceu Primeiro no Site Saúde é Vital |
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